Estratégia de Entressafra


O mentor iniciou destacando que fazendas de sucesso possuem forragem conservada, a qual traz a vantagem de que, se a entressafra for amena, pode ser utilizada no ano seguinte. Hoje existe uma vasta gama de materiais que podem ser ensilados, pois minimiza riscos dentro da propriedade.

Feno e silagem são opções de conservação de alimento volumoso que servem como oferta de fibra para os animais. No entanto a colheita normalmente é realizada em períodos chuvosos, e para preparo do feno são necessários de 2 a 4 dias de desidratação, o que acaba sendo um limitador. Por isso, em um país tropical como o Brasil, a logística de fazer silagem acaba sendo mais fácil, tranquila e viável. 

Silagem é um material compactado para retirada de ar e fermentado, acidificando o meio. Isso impossibilita a vida, atuação e proliferação de microrganismos que poderiam degradar o material. É normal que aconteçam perdas em função da fermentação, para minimizá-las o processo deve ser feito com rapidez, mas sem pressa e com muito capricho. Com relação às perdas, são consideradas taxas normais entre 4 e 6%, e aceitáveis até 10%. 

ETAPAS PARA A PRODUÇÃO DE SILAGEM 


	
	Escolha da área: ideal que seja uma área plana que possa trabalhar com maquinário; 
	



	
	Escolha de forrageira/volumoso a ser produzido: a que melhor se adapte e produz bem a sua região. 
	



	
	Tratos culturais e saber o momento do corte: variáveis de acordo com as necessidades das diferentes culturas. 
	



	
	Tamanho de repique: variáveis de acordo com as características do material a ser ensilado. De forma geral, materiais mais úmidos recomenda-se partículas maiores (2 a 3 cm) para reduzir a perda de água e geração de efluente; enquanto materiais mais secos recomenda-se tamanhos de partículas menores (1,75 a 1 cm) para facilitar a compactação. 
	



	
	Planejar a logística de transporte da lavoura para o silo: atentar-se para a higiene no processo. 
	



	
	Compactação: atentar-se para a higiene no processo e ao fluxo de compactação. Recomenda-se 40% do peso cortado por hora em peso de trator constantemente compactando o material no silo. 
	



	
	Fechamento do silo. 
	


Atenção a questão de higiene, pois terra e esterco são fontes de contaminantes que devem ser minimizadas desde a decisão sobre a altura de corte até a etapa de fechamento do silo. 

TIPOS DE SILOS 

Hoje são utilizados os silos trincheira, que permitem maior compactação; os silos superfície que permitem a estocagem do material seja realizada em diferentes locais da propriedade, e os silos bolsa que acabam agregando um custo maior de lona, mas que também tem a flexibilidade quando ao local.   

Segundo Poppi, a melhor silagem é a de milho, quando produz volume adequado na região. É boa em termos nutricionais (proteína e energia) e têm uma fermentação muito boa. O ponto de corte ideal é com 35% de matéria seca, neste momento o grão está com 2/3 da linha do leite, não se têm muita umidade no grão, o acúmulo de amido já está praticamente concluído e a condição de fermentação é muito boa pela combinação de umidade versos praticidade de compactação. Recomenda-se tamanho de partícula de aproximadamente 1,75cm. Além disso, o processamento do grão é outro fator importante, o qual deve ser quebrado em várias partes para ter maior exposição dos grânulos de amido às bactérias e às enzimas, facilitando a fermentação. 

A silagem de sorgo também é muito interessante, além de ser tolerante aos veranicos. Seu principal gargalo é a perda e o processamento dos grãos, por eles serem muito pequenos. Seu ponto de ensilagem ideal é em torno de 29 a 30% de matéria seca, quando o grão ainda está pastoso, porque quando se torna farináceo os maquinários não processam. Tamanho de partícula recomendado é de 1,5 a 2cm. 

A silagem de milheto é outra opção boa, principalmente pela sua tolerância a déficit hídrico. Assim como o sorgo, deve se tomar cuidado com a profundidade da semente na hora do plantio, até 2 cm para obter boa emersão das plantas. Pode ocorrer problemas com lagartas que com 2 aplicações de defensivos deve ser suficiente para controlar. Sobre o ponto de corte, com 80 a 85 dias vai se ter um material interessante do ponto de vista nutricional e recomenda-se repicagem a 2cm. Também é necessário o uso de inoculantes com bactérias homoláticas, porque devido a umidade não terá proliferação de fungos, apenas clostrídeos pela anaerobiose. 

O capiaçu é muito interessante pela capacidade de produção de biomassa e para gado de corte é maravilhoso, mas cabe a ressalva sobre para quais categorias e em quais situações utilizar, porque não veio para substituir, a silagem de milho por exemplo, em qualquer situação. 

A silagem de espiga (snaplage) é a outra alternativa interessante que vêm ganhando espaço no Brasil. Em comparação com a silagem de grão úmido ela traz as vantagens logística, pela maior facilidade de moagem do material, e por se tornar um alimento com menor potencial de causar acidose nos animais devido a maior presença de fibra. Consegue boa fermentação e estabilidade aeróbica a partir de 37% de umidade no material, sendo o ideal e torno de 40%. 

De forma geral, para obter uma fermentação completa, silagens inoculadas já podem ser utilizadas após 30 dias de ensilagem. Para silagens de sorgo e grãos reidratados recomenda-se aguardar pelo menos 60 dias. No entanto, em todas as silagens com grãos, o ganho em digestibilidade do amido tem crescimento exponencial até 180 dias.  

No momento de abertura do silo e extração do material para uso, tentar mexer o mínimo possível para evitar o afrouxamento do painel e preferencialmente fazer a retirada sempre de cima para baixo e com pelo menos 30 cm de avanço por dia. 

4º Masterclass Safra 2023/2024

Estratégia de Entressafra


O mentor iniciou destacando que fazendas de sucesso possuem forragem conservada, a qual traz a vantagem de que, se a entressafra for amena, pode ser utilizada no ano seguinte. Hoje existe uma vasta gama de materiais que podem ser ensilados, pois minimiza riscos dentro da propriedade.

Feno e silagem são opções de conservação de alimento volumoso que servem como oferta de fibra para os animais. No entanto a colheita normalmente é realizada em períodos chuvosos, e para preparo do feno são necessários de 2 a 4 dias de desidratação, o que acaba sendo um limitador. Por isso, em um país tropical como o Brasil, a logística de fazer silagem acaba sendo mais fácil, tranquila e viável. 

Silagem é um material compactado para retirada de ar e fermentado, acidificando o meio. Isso impossibilita a vida, atuação e proliferação de microrganismos que poderiam degradar o material. É normal que aconteçam perdas em função da fermentação, para minimizá-las o processo deve ser feito com rapidez, mas sem pressa e com muito capricho. Com relação às perdas, são consideradas taxas normais entre 4 e 6%, e aceitáveis até 10%. 

ETAPAS PARA A PRODUÇÃO DE SILAGEM 

  1. Escolha da área: ideal que seja uma área plana que possa trabalhar com maquinário; 

  1. Escolha de forrageira/volumoso a ser produzido: a que melhor se adapte e produz bem a sua região. 

  1. Tratos culturais e saber o momento do corte: variáveis de acordo com as necessidades das diferentes culturas. 

  1. Tamanho de repique: variáveis de acordo com as características do material a ser ensilado. De forma geral, materiais mais úmidos recomenda-se partículas maiores (2 a 3 cm) para reduzir a perda de água e geração de efluente; enquanto materiais mais secos recomenda-se tamanhos de partículas menores (1,75 a 1 cm) para facilitar a compactação. 

  1. Planejar a logística de transporte da lavoura para o silo: atentar-se para a higiene no processo. 

  1. Compactação: atentar-se para a higiene no processo e ao fluxo de compactação. Recomenda-se 40% do peso cortado por hora em peso de trator constantemente compactando o material no silo. 

  1. Fechamento do silo. 

Atenção a questão de higiene, pois terra e esterco são fontes de contaminantes que devem ser minimizadas desde a decisão sobre a altura de corte até a etapa de fechamento do silo. 

TIPOS DE SILOS 

Hoje são utilizados os silos trincheira, que permitem maior compactação; os silos superfície que permitem a estocagem do material seja realizada em diferentes locais da propriedade, e os silos bolsa que acabam agregando um custo maior de lona, mas que também tem a flexibilidade quando ao local.   

Segundo Poppi, a melhor silagem é a de milho, quando produz volume adequado na região. É boa em termos nutricionais (proteína e energia) e têm uma fermentação muito boa. O ponto de corte ideal é com 35% de matéria seca, neste momento o grão está com 2/3 da linha do leite, não se têm muita umidade no grão, o acúmulo de amido já está praticamente concluído e a condição de fermentação é muito boa pela combinação de umidade versos praticidade de compactação. Recomenda-se tamanho de partícula de aproximadamente 1,75cm. Além disso, o processamento do grão é outro fator importante, o qual deve ser quebrado em várias partes para ter maior exposição dos grânulos de amido às bactérias e às enzimas, facilitando a fermentação. 

A silagem de sorgo também é muito interessante, além de ser tolerante aos veranicos. Seu principal gargalo é a perda e o processamento dos grãos, por eles serem muito pequenos. Seu ponto de ensilagem ideal é em torno de 29 a 30% de matéria seca, quando o grão ainda está pastoso, porque quando se torna farináceo os maquinários não processam. Tamanho de partícula recomendado é de 1,5 a 2cm. 

A silagem de milheto é outra opção boa, principalmente pela sua tolerância a déficit hídrico. Assim como o sorgo, deve se tomar cuidado com a profundidade da semente na hora do plantio, até 2 cm para obter boa emersão das plantas. Pode ocorrer problemas com lagartas que com 2 aplicações de defensivos deve ser suficiente para controlar. Sobre o ponto de corte, com 80 a 85 dias vai se ter um material interessante do ponto de vista nutricional e recomenda-se repicagem a 2cm. Também é necessário o uso de inoculantes com bactérias homoláticas, porque devido a umidade não terá proliferação de fungos, apenas clostrídeos pela anaerobiose. 

O capiaçu é muito interessante pela capacidade de produção de biomassa e para gado de corte é maravilhoso, mas cabe a ressalva sobre para quais categorias e em quais situações utilizar, porque não veio para substituir, a silagem de milho por exemplo, em qualquer situação. 

A silagem de espiga (snaplage) é a outra alternativa interessante que vêm ganhando espaço no Brasil. Em comparação com a silagem de grão úmido ela traz as vantagens logística, pela maior facilidade de moagem do material, e por se tornar um alimento com menor potencial de causar acidose nos animais devido a maior presença de fibra. Consegue boa fermentação e estabilidade aeróbica a partir de 37% de umidade no material, sendo o ideal e torno de 40%. 

De forma geral, para obter uma fermentação completa, silagens inoculadas já podem ser utilizadas após 30 dias de ensilagem. Para silagens de sorgo e grãos reidratados recomenda-se aguardar pelo menos 60 dias. No entanto, em todas as silagens com grãos, o ganho em digestibilidade do amido tem crescimento exponencial até 180 dias.  

No momento de abertura do silo e extração do material para uso, tentar mexer o mínimo possível para evitar o afrouxamento do painel e preferencialmente fazer a retirada sempre de cima para baixo e com pelo menos 30 cm de avanço por dia. 

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